A roda de conversa como protagonista no aprendizado de práticas de saúde

Fátima Soraya Espíndola Martins

Resumo


Introdução: As Rodas de Conversa conferiram maior ênfase à educação em saúde como espaço dialógico e solidário, com: ampliação da escuta, participação dos usuários e relações mais próximas entre profissional e serviço, como potencializadora do cuidado, promovendo troca de experiências e interação, o que leva a um envolvimento na prática de hábitos saudáveis e consequente melhora em sua qualidade de vida.

Objetivos: Fomentar o usuário do Programa Hiperdia quanto ao compromisso mútuo com o profissional de saúde em relação ao seu autocuidado, evitando complicações e possíveis sequelas;Reduzir a ocorrência de picos hipertensivos e de hiperglicemia finalizando na busca do pronto-socorro.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Foram selecionados 100 usuários do Programa Hiperdia, aleatoriamente atendidos na Unidade Básica de Saúde N09 (UBS N09), localizada na Zona Norte da cidade de Manaus-Amazonas. Os usuários foram mobilizados pelos ACS’s. As rodas de conversa ocorreram semanalmente. Abordaram-se nas rodas os seguintes temas: A importância da alimentação, ressaltando a ingesta de alimentos hipossódicos e hipoglicídicos; o exercício físico na prevenção da obesidade, de doenças coronarianas e na redução da glicemia; álcool, fumo e outras drogas de abuso complicando a hipertensão arterial sistêmica (HAM) e o diabetes mellitus (DM); o estresse, descompensando os quadros de HAM e DM.

Resultados: A roda iniciou em maio de 2011, com a médica da UBSN09. Os encontros tiveram duração média de 60 minutos, todas as quintas-feiras às 10h, no período de 8 meses, totalizando 30 encontros. Em média participaram 7 usuários por roda, onde 71% não sabiam quais alimentos eram ricos em sal, devendo ser evitados em seu uso diário. Como indicadores temos o percentual de 59% de usuários que participaram da roda de conversa em relação ao total de cadastrados da UBS N-09, sendo que deste grupo somente 2 usuários apresentaram complicações: um usuário diabético que sofreu amputação de um quirodáctilo (já em processo de tratamento anterior a roda) e uma usuária hipertensa que evoluiu com um quadro de AVC.

Conclusão ou Hipóteses: Urge que nós médicos utilizemos como padrão de nosso atendimento o método clínico centrado na pessoa e por em prática a Política Nacional de Humanização - PNH, onde se encontra incluso o dispositivo Roda de conversa, para facilitação diagnóstica, melhor entendimento do sujeito como um ser complexo e otimização da resposta deste em relação a terapêutica instituída.


Palavras-chave


Roda de Conversa; Hipertenso; Diabético

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