A fitoterapia como prática integrativa em saúde utilizada pelos ribeirinhos no Acará - PA

Daniele Pereira de Lima, Maria Lúcia Souza Siqueira, Marcieni Ataíde de Andrade, Ana Cristina Baetas Gonçalves, Marcos Valério Santos da Silva

Resumo


Introdução: Para o ribeirinho amazônico, as plantas medicinais, simbolizam muitas vezes o único recurso terapêutico acessível para o tratamento de suas enfermidades. Com a publicação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (2009) o incentivo a Fitoterapia caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, define sua importância no SUS.

Objetivos: Realizar o levantamento de utilização das plantas medicinais pelos ribeirinhos e avaliar quanto ao conhecimento e identificação das mesmas, alegação de uso, suas propriedades terapêuticas, forma de preparo e contribuir para o uso correto com orientação e racionalidade.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo qualitativo descritivo, utilizando um questionário com perguntas e respostas como coleta de dados, aplicado a 42 voluntários após conhecimento livre e esclarecido, no período de março 2011 a junho de 2012. Os voluntários da pesquisa residem no município do Acará que se localiza na região do nordeste paraense a 153 km de Belém. Especificamente concentram-se mais na região das ilhas, distante do centro urbano. O acesso à comunidade deu-se periodicamente através do Navio Escola Luz na Amazônia no qual realizamos as entrevistas e visitas aos moradores, além da ação de Assistência Farmacêutica em conjunto com a equipe multiprofissional de médicos, enfermeiros e odontólogos.

Resultados: As plantas mais utilizadas são: Andiroba, Alho, Amor crescido, Anador, Arruda, Babosa, Boldo, Capim Santo, Catinga Mulata, Canarana, Copaíba, Erva-cidreira, Estoraque, Eucalipto, Folha de Pirarucu, Folha de Algodão, Hortelã da Folha Grossa, Hortelã, Jucá, Limãozinho, Manjericão, Marupazinho, None, Paregórico, Pariri, Pau de Verônica, Pucá, Quebra- pedra, Sucuba, Unha-de-gato. As formas de preparo são a infusão, maceração, decocção, tisana e unguento. As parte das plantas mais utilizadas são as folhas, cascas e sementes. Quanto as alegações mais citadas foram para o alívio de problemas estomacais, pressão alta, reumatismo, inflamações e machucados, insônia e agitação.

Conclusão ou Hipóteses: A adesão à fitoterapia é uma realidade nas comunidades ribeirinhas visitadas. São inúmeras as espécies já conhecidas e identificadas na flora medicinal brasileira e suas propriedades. As alegações de uso não são significativamente diferentes do que preconiza a ANVISA. As formas de preparo e administração são variadas. Assim, torna-se importante a informação para seu uso racional.


Palavras-chave


Ribeirinhos; Fitoterapia; Práticas Integrativas

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