Percepções de trabalhadores de facção sobre saúde e trabalho

Julys Souza Barbosa, Caroline Hartmann, Karla Ferreira Rodrigues, João Luiz Gurgel Calvet da Silveira, José Francisco Gontan Albiero

Resumo


Introdução: O trabalho em facções é comum em Blumenau-SC. Diante das vivências da ESF Edemar Winckler, percebe-se que diversos trabalhadores da região são mulheres, ocupam-se em facções domiciliares, têm dificuldade em agendar consultas e queixam-se de dores ou depressão. Diante disso, os profissionais de saúde necessitam conhecer a realidade em que atuam para melhorar a assistência e os cuidados.

Objetivos: Conhecer o perfil dos trabalhadores de facção e suas percepções sobre saúde e trabalho, para qualificar o cuidado e os processos de educação em saúde no território da unidade de ESF Edemar Eduardo Winckler em Blumenau-SC.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Pesquisa exploratória qualitativa com técnica de questionário, entrevista semi-estruturada e observação participante. Universo: trabalhadores de facções da comunidade do Coripós, adscritos à ESF. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira realizou-se levantamento do perfil sócio-demográfico, com questionário fechado. Na segunda etapa foi selecionada uma facção para entrevistas semi-estruturadas sobre as representações da relação saúde e trabalho. Foram utilizados como temas geradores: conceito de saúde e doença; conceito de trabalho; relação entre saúde e trabalho. As entrevistas foram gravadas e transcritas para análise, por categorização a partir das frequências encontradas.

Resultados: Perfil dos sujeitos da pesquisa: mulheres, com menos de 50 anos, ensino fundamental completo, casadas, residindo com adultos e crianças em moradia própria, atuando em facções há mais de cinco anos. De acordo com a percepção das trabalhadoras, há dificuldades de compreensão e aplicação do conceito amplo de saúde. Estilos de vida saudáveis foram percepções bastante abordadas e a doença foi muitas vezes desvalorizada. As percepções relacionadas ao trabalho foram: satisfação, flexibilidade de concílio entre o trabalho e a família e a repetição de atividades. As entrevistadas não relacionaram totalmente a saúde com o trabalho.

Conclusão ou Hipóteses: É necessário haver adaptação da ESF para atendimento desse grupo, além de práticas de educação em saúde que busquem vínculo e humanização do atendimento. Uma alternativa é o uso de princípios da educação popular em saúde, abordando temas surgidos das percepções das trabalhadoras: compreensão da relação entre trabalho e saúde, conceito ampliado de saúde, atitudes e autocuidado de saúde no trabalho.


Palavras-chave


Atenção Primária à Saúde; Saúde do Trabalhador; Educação em Saúde

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