Leishmaniose visceral no Pará: epidemiologia e indicadores de saúde e Atenção Básica
Resumo
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) atinge milhares de pessoas no Brasil todos os anos. A doença está em expansão no país, onde a letalidade é alta. No estado do Pará, o cenário de transformações ambientais decorrente do desenvolvimento econômico parece estar associado com o crescente número de novas ocorrências da doença.
Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico dos casos autóctones de LV no Pará e os fatores associados que poderiam influenciar os principais indicadores de saúde e Atenção Básica.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Dados sobre ocorrências de LV no Pará, de 2007 a 2011, extraídos do Sistema nacional de agravos de notificação (SINAN) foram usados nesse estudo descritivo transversal.
Resultados: Dos 6956 indivíduos notificados com suspeita de LV, 29% (1944) tiveram a doença confirmada. O número de municípios atingidos no Pará sofreu ligeira redução anual, mas pelo menos 1/3 deles registrou casos novos autóctones todos os anos. A doença ocorreu principalmente em crianças e jovens do sexo masculino (60%) até 20 anos (77%), sendo alta a frequência em menores de dois anos (34%). Em 2008 observou-se a mais elevada taxa de detecção de LV (5 casos/100.000 habitantes). Óbitos anuais variaram de 9 a 18, com média de 15, a despeito do tratamento corretamente instituído. Esses dados renderam taxas variáveis de letalidade, sendo a maior observada em 2009 (5,2%).
Conclusão ou Hipóteses: O perfil epidemiológico recente da LV no Pará foi semelhante ao de outras áreas de endemia. A dificuldade dos profissionais em identificar casos suspeitos da doença e a incompletude das fichas de investigação indicam falhas no sistema público de saúde que afetam a detecção precoce dos casos. Esses fatores podem estar exercendo influências nas taxas de letalidade observadas no período.
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