Impacto da implantação do setor de vigilância no controle da tuberculose

Resumo

Introdução: Apesar do conhecimento de medidas para o controle e a existência de drogas eficazes para seu tratamento, a tuberculose ainda constitui um problema de saúde pública, já que é considerada a maior causa de morte por doenças infecciosas em adultos. Assim, um dos objetivos da implantação do setor de vigilância epidemiológica tem sido a redução dos casos de abandono do tratamento de tuberculose.

Objetivos: Esse estudo objetivou avaliar o impacto da implantação do setor de vigilância epidemiológica na UBS Vila Nova Jaguaré no controle do tratamento da tuberculose na Atenção Primária.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Esse trabalho consiste em um estudo descritivo e retrospectivo dos casos de tuberculose que concluíram o tratamento e foram notificados no período de 2009 a 2012 na UBS Vila Nova Jaguaré. O processo de implantação e organização do setor na UBS iniciou-se em setembro de 2011, com a realização de novas propostas, dentre as quais se destacam a implantação e incentivo ao tratamento supervisionado da tuberculose e o aporte às equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), melhoria da qualidade de registro das notificações e do acompanhamento dos casos, além da educação permanente aos colaboradores da UBS.

Resultados: Dos resultados obtidos, notou-se de forma objetiva um aumento da notificação dos casos de tuberculose por ano na UBS: de 2009 a 2012, houve um aumento de 8 para 24 casos notificados no ano. Notou-se também nesse período, o aumento do rastreamento de sintomáticos respiratórios, que de apenas 12 investigados passaram a 125. Quanto ao serviço em que foi realizado o diagnóstico de tuberculose, em 2009, apenas 25% dos casos foram diagnosticados na UBS, com um aumento pouco expressivo em 2012 para 33,3% dos casos. Destaca-se a diminuição do abandono do tratamento que ocorria em 25% dos casos em 2009 para 4,2% dos casos em 2012.

Conclusão ou Hipóteses: Dessa forma, o setor de vigilância epidemiológica tem contribuído na melhora das notificações e acompanhamento dos casos, na ampliação da capacidade de intervenção e resolutividade, na integralidade da atenção prestada e consequentemente, na redução dos casos de abandono ao tratamento, atingindo a meta nacional esperada pelo Ministério da Saúde que é uma taxa de abandono inferior a 5%.