Fisioterapia na Estratégia Saúde da Família: inovando com grupos e criatividade

Fernanda Bernardes Ferreira, Nádia Santos Miranda Duarte, Roberto Ambonate Júnior

Resumo


Introdução: Diante da alta demanda de pacientes com dores crônicas de origem osteomuscular, psicossomáticas e outras, apresenta-se o modelo da Fisioterapia Coletiva como instrumento para reorientação da atuação do fisioterapeuta. Relataremos uma possível solução à adaptação e reconhecimento, através dos grupos terapêuticos de exercícios, gerando resultados eficazes e economia de recursos financeiros.

Objetivos: Valorizar o atendimento em grupo e aumentar sua aceitação, incentivar a atividade física de maneira simples, com linguagem acessível e adaptar os exercícios à realidade dos participantes. Direcionar os atendimentos e diminuir a sobrecarga na agenda médica e o volume de consultas desnecessárias.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A abordagem dos pacientes foi realizada pela fisioterapeuta nas salas de espera das unidades básicas, além da indicação dos médicos, enfermeiras e dos agentes de saúde. Os grupos de exercícios ocorreram semanalmente nas unidades da saúde da família, utilizando materiais de baixo custo: garrafas pet com água(simulando pesos), elásticos, bastões e colchonetes. Os exercícios abrangem a percepção e correção postural, alongamento, caminhada dirigida e palestras de educação em saúde e prevenção geral. O acesso ao grupo é livre e sem restrições. Caso detectada a necessidade de intervenção, o paciente é submetido a uma avaliação e encaminhado para um acompanhamento específico no setor responsável.

Resultados: Após 2 anos do início destas atividades, os grupos contam hoje, com cerca de 200 pessoas adeptas e assíduas e a procura aumenta exponencialmente. A atividade física foi desmistificada e transformada em hábito, notando-se também estreitamento dos vínculos com a unidade e maior aceitação, confiança e credibilidade em relação ao atendimento em grupo. Houve redução do consumo de analgésicos, diminuição das queixas de lombalgias e demais dores musculares, reduzindo a procura por consultas médicas. Os indivíduos se interagem, se divertem, trocam experiências reais, procuram entendimento do seu problema e de como solucioná-lo. As ações de um torna-se estímulo para os outros.

Conclusão ou Hipóteses: O trabalho em grupo é bem sucedido desde que cada participante se sinta acolhido como se estivesse em atendimento individual, tendo a oportunidade de dividir suas angústias e expectativas e torná-las produtivas. O fisioterapeuta, com criatividade e atenção aos detalhes, é ferramenta importante para o desenvolvimento de uma assistência à saúde centrada na pessoa e na comunidade.

 



Palavras-chave


Fisioterapia Coletiva; Grupos Terapêuticos; Estratégia Saúde da Família

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