Práticas integrativas e complementares em uma unidade básica de saúde
Resumo
Introdução: A Medicina de Família e Comunidade reorienta o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). E, além de buscar assegurar o vinculo de compromisso e co-responsabilização entre gestão, equipe de saúde e usuários, tem favorecido a co-existência dos saberes biomédicos e não biomédicos. A Portaria nº 971/2006 os integra ao SUS, ao aprovar a Política Nacional de Práticas Integrativas (PNPIC).
Objetivos: Este trabalho visou analisar e compreender, qualitativamente, as transformações operadas após a introdução das práticas Chi Kung e Tui-ná em uma Unidade Básica de Saúde - UBS, em termos terapêuticos e na relação usuário – profissional.
Metodologia ou Descrição da Experiência: O estudo qualitativo se constituiu na modalidade de pesquisa-ação com uma amostra de 40 (quarenta) servidores e 40 (quarenta) usuários de uma UBS da rede SUS BH. As técnicas de coleta das informações utilizadas foram entrevista e grupo focal e, a análise desses dados se constituiu a partir da técnica de Análise de Conteúdo.
Resultados: A análise das informações possibilitou apreender as seguintes categorias: ampliação dos cuidados terapêuticos; ampliação do acesso; integralidade da atenção e nova relação com o corpo. A inserção das práticas ampliou os cuidados terapêuticos no âmbito do SUS, antes ofertados apenas no âmbito privado, favorecendo a integralidade na atenção à saúde e a abrangência de um maior número de usuários. Essas práticas impulsionaram o encontro com o próprio corpo, compreendido com o modo de ser-estar no mundo, e com o outro, seja pelo toque, escuta e/ou palavra. Os sujeitos da pesquisa assinalaram que saíram diferentes, multiplicadores de outra relação com a UBS, a família e a comunidade.
Conclusão ou Hipóteses: A pesquisa-ação aproximou pesquisadores com o objeto de estudo, amparado no paradigma da complementaridade, ao integrar práticas biomédicas com outras legitimadas em outras culturas. A inserção de outras racionalidades no âmbito da Medicina de Família e Comunidade é fundamental para consolidá-la como a estratégia viabilizadora da saúde como um direito de todos, da equidade e da integralidade.
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