Estudo de caso: abordagem familiar na produção da saúde

Resumo

Introdução: O estudo de caso é uma relevante ferramenta adotada pela Estratégia Saúde da Família, pois, com ele, os profissionais de saúde podem analisar de forma mais profunda a dinâmica das relações familiares dos seus pacientes e entender como ela influencia no processo saúde-doença. Para facilitar essa análise, é bastante útil o uso de instrumentos, como genograma, ciclo de vida familiar e APGAR.

Objetivos: Realizar um estudo de caso com uma família de baixa renda, procurando perceber os componentes sociais, afetivos e biológicos mais deficitários e estressantes, para que os profissionais de saúde, desde a sua formação, atuem adotando a família como o centro da atenção.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com aplicação dos instrumentos genograma, APGAR e ciclo de vida familiar, realizada pelos alunos do 1º semestre do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, com supervisão dos professores da disciplina Ações Integradas em Saúde I. A família estudada é composta por quatro pessoas que residem da Comunidade do Dendê, localizada no Bairro Edson Queiroz, Fortaleza-CE. Para coleta de dados sobre a história familiar, realizou-se duas entrevistas com a paciente índice, Dona L.C.N, durante o mês de novembro de 2012, durando cerca de 2 horas, cada. Os temas abordados foram sobre o funcionamento da dinâmica familiar e o histórico de doenças crônicas.

Resultados: No genograma realizado da família, destaca-se uma possível predisposição genética de hipertensão arterial sistêmica na família do esposo da paciente índice, pois seu cunhado, F.P, de apenas 23 anos, já possui HAS, sem a presença de fatores de risco, como obesidade, dieta não balanceada e fumo, de acordo com o que foi relatado pela paciente índice. O resultado do APGAR foi de 7 pontos, revelando uma família altamente funcional, justificada pela convivência harmônica e afetuosa entre seus componentes. O ciclo de vida familiar mostra que a família estudada está na fase “família com filhos pequenos”, pois o casal possui uma filha de 7 anos, I.C.P, sendo essencial a boa funcionalidade da família.

Conclusão ou Hipóteses: Após a realização desse estudo, percebeu-se o quão é relevante o tratamento integral do paciente, incluindo também a sua família, pois, dessa forma, o vínculo médico-paciente é mais eficaz e completo. Diferentemente do que é estabelecido pelo senso comum, nem toda família de baixa renda é disfuncional, evidenciando que cada paciente deve ser tratado de forma singular, sem generalizações.