Mapeamento étnico do território da UBSF Aquino Dias Bezerra
Resumo
Introdução: O SUS tem princípios como a universalidade e a equidade. Todas @s pessoas de um território estão cobertos/as pelo direito à saúde, considerando as diversidades. A presença indígena em Campo Grande é visível e diferentes políticas reconhecem sua existência e importância. O Brasil dispõe do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, que não prevê a atenção aos/às índios/as que vivem em áreas urbanas.
Objetivos: Esta pesquisa objetivou mapear a diversidade étnica do território da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Aquino Dias Bezerra - Vida Nova, em Campo Grande.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A metodologia consistiu em coletar dados do Siab (Sistema de Informação da Atenção Básica), da Ficha A (Cadastramento das Famílias) do ACS (Agente Comunitário de Saúde) e Sistema Hygia. No desenvolvimento da pesquisa encontrou-se nova fonte de dados: o levantamento realizado por jovens indígenas vinculados a uma organização de direitos humanos. Os dados foram organizados por fonte e posteriormente juntaram-se as várias fontes visando a compreender a presença indígena no território da UBSF.
Resultados: Não foram encontradas informações no Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) da SESAI/ MS e no Sistema Hygia sobre povos urbanos. Na ficha A dos ACS não consta itens referentes à raça e etnia das famílias. Foram encontradas anotações usando a palavra “indígena”, feitas pelos ACS, como iniciativa individual, em duas microáreas, entre as 18 da UBSF Aquino Dias Bezerra. A aldeia urbana Água Bonita e o residencial Tarsila do Amaral, ambos em Campo Grande, são reconhecidos pelos ACS como locais de concentração indígena, onde vivem 31 famílias de índios/as. Segundo os dados apresentados pelos jovens, vivem, nas duas localidades, 171 famílias terena, guarani, kadiwéu e guató.
Conclusão ou Hipóteses: Essa diversidade étnica pode enriquecer o SUS, enfrentando a discriminação e disponibilizando os saberes e práticas tradicionais do cuidado em saúde. Oficialmente, no SUS, não há registro da presença indígena no território da UBSF Aquino Dias Bezerra. Os dois dados sobre o número de famílias existentes são parte da realidade vista por sujeitos diversos: trabalhadores em saúde e jovens indígenas.
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