“Bati meu pé no boi”: competência cultural na penitenciária
Resumo
Introdução: Para que os médicos possam contribuir para o controle e/ou redução dos agravos mais frequentes que acometem a população carcerária, o sucesso desse atendimento partirá de uma entrevista e relação médico-paciente bem estabelecida. Para isso, os profissionais devem saber interpretar, traduzir a linguagem do reeducando de forma que possam oferecer uma resposta satisfatória da ciência às suas queixas.
Objetivos: Através de relato de experiências de atendimentos em uma penitenciária, sensibilizar a comunidade acadêmica quanto a importância do desenvolvimento da competência cultural nos profissionais e acadêmicos da área de saúde, principalmente aqueles que praticam o método clínico (estudantes de medicina).
Metodologia ou Descrição da Experiência: Durante o estágio de MFC do curso de medicina do UNEC, os internos da ESF do “B. das Graças”, são tutorados por um MFC que também atende no Presídio de Caratinga-MG. O interno é convidado a participar de alguns atendimentos no presídio com a preceptoria ombro a ombro. Durante o atendimento é estimulado a: 1-ampliar suas habilidades de entrevistar, principalmente no que se refere a aquisição de competências culturais (aprender a interpretar a linguagem própria e gírias mais comuns utilizadas pelas pessoas que vivem no ambiente intramuros);2-aperfeiçoar sua capacidade de tomada de decisões dentro de ambiente com características próprias, com recursos e condições de tempo e logística limitados.
Resultados: Para presta uma assistência levando em conta as necessidades integrais das pessoas e alcançar todos os outros objetivos é fundamental a competência cultural do profissionais de saúde que lidam com esse ser humano que vive nesse contexto , principalmente no que se refere a linguagem. Os aluno que participam dessa atividade, se mostram muito sensibilizados quanto a importância da aquisição de competências culturais que ampliem sua capacidade de realizar comunicação clínica em diversos contextos. Relatam grande satisfação em adquirir treinar a tomada de decisões em um ambiente com condições e logística adversas. Por último, mas não menos importante, há quebra de preconceitos.
Conclusão ou Hipóteses: Não podemos ignorar que essa população carcerária tem um estilo de vida, formas de se relacionar, maneiras de se comunicar , uma linguagem própria, enfim , apresentam uma cultura própria. Ampliar as habilidades de entrevistar, em contextos adversos, principalmente no que se refere a aquisição de competências culturais é algo fundamental e que devia ser trabalhado e estimulado nas universidades.
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