Avaliação da infraestrutura de unidades de saúde da família
Resumo
Introdução: A Estratégia Saúde da Família (ESF) apresenta graves falhas estruturais desde a sua criação. Muitos profissionais apontam a estrutura física como um dos elementos definidores de qualidade e defendem a necessidade de um ambiente físico adequado para que as equipes da ESF desempenhem suas funções de maneira eficiente.
Objetivos: Realizar uma análise comparativa entre a infraestrutura padrão de uma USF e as observadas nas USF conveniadas com a UEPA e frequentadas pelos alunos cursistas da matéria Estagio 1.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A pesquisa foi realizada no período de Novembro de 2012, contemplando as USF Vila da Barca, Paracuri II, Pirajá e Parque Verde, conveniadas com a Universidade do Estado do Pará, por meio de um estudo transversal, observacional e descritivo realizado em duas etapas. A primeira contou com a avaliação dos recursos materiais e das plantas físicas das Unidades. A segunda consistiu-se na aplicação de protocolos a profissionais que atuavam nestes locais. A casuística foi composta por 32 funcionários - 3 médicos, 3 enfermeiros, 3 técnicos de enfermagem e 15 agentes comunitários de saúde. Os profissionais da USF Parque Verde não participaram por estarem ausentes durante a coleta de dados.
Resultados: Verificou-se a ausência, em 100% da amostra, de pelo menos dois equipamentos básicos, e em estado funcional, cite-se: balança antropométrica, otoscópio, foco de luz, régua antropométrica, glicosímetro e detector ultra-sônico. Em todas as Unidades, observou-se a ausência de pelo menos dois cômodos com função específica, a exemplo das salas de vacina e de coleta. Todos os entrevistados afirmaram haver pelo menos uma deficiência de ordem infraestrutural, como: falta de água, iluminação ou materiais de consumo. Sendo que 62,5% dos entrevistados afirmaram que a unidade não podia cumprir com plenitude seus objetivos na atenção primaria por causa de falhas na infraestrutura.
Conclusão ou Hipóteses: As Unidades de Saúde da Família analisadas se encontraram em dissonância com as diretrizes do Ministério da Saúde. Este descreve mínimas condições de infraestrutura que ofereçam aos usuários um serviço permeado de universalidade, equidade, acessibilidade e resolubilidade. No entanto, destaca-se nas USF o reflexo do desrespeito às diretrizes do SUS e, sobretudo, à magna lei orgânica da saúde.
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