Tratamento das dependências químicas na Atenção Básica em cidades de pequeno porte

Manuela Telles Vargas Leal, Fabrício Pires Valverde, Fernanda da Trindade Costa Gadelha Dantas, Deivisson Freitas da Silva, Domingos Macedo Coutinho

Resumo


Introdução: A assistência a usuários de Substancias Psicoativas (SPAs) vinculada à Atenção Básica é pouco resolutiva. Nesse contexto, o Programa de Saúde Mental do Vale do Jiquiriçá (PSMVJ) é um projeto de extensão universitária docente-assistencial que realiza viagens quinzenais a três pequenos municípios do estado da Bahia, buscando desenvolver estratégias alternativas para acolhimento destes pacientes.

Objetivos: Descrever a experiência do PSMVJ no cuidado a usuários de SPAs em cidades que não dispõem de CAPS e discutir as dificuldades e possibilidades do processo. Analisar o uso de tecnologias simples em saúde, possibilidades de aplicação dos princípios de Redução de Danos e os resultados desta abordagem.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Além do atendimento ambulatorial, o PSMVJ promove um grupo de convivência e utiliza recursos da AB: realização de visitas domiciliares, mobilização da rede social e capacitação de Agentes Comunitários de Saúde. O destaque aos transtornos relacionados às SPAs deve-se à alta prevalência nestas cidades. É instituído tratamento medicamentoso, recursos como entrevista motivacional e Redução de Danos. O suporte psicológico é oferecido em casos selecionados. O cuidado à saúde destes pacientes abrange o acompanhamento de comorbidades e vai além do espaço do consultório. As atividades de educação continuada reservam um espaço para discussão de casos, delineando uma forma de cuidado particularizada

Resultados: A ausência de CAPS impede o acompanhamento por profissionais que enfocariam outros aspectos da dependência de SPA, sendo um importante entrave a integralidade do cuidado. O acompanhamento ininterrupto oferecido por estes centros garantiria suporte continuado, diferente do acompanhamento quinzenal realizado pelo PSMVJ. No entanto, diversas possibilidades fortalecem o trabalho em Saúde Mental no âmbito da AB. O tratamento no território facilita a aceitação e a adesão a este, contribuindo com a construção do vínculo entre pacientes e profissionais de saúde. Neste contexto, é possível realizar promoção da saúde e prevenção do adoecimento mental através de ações educativas com a comunidade.

Conclusão ou Hipóteses: Os portadores de transtornos psíquicos não são atendidos em todas as esferas e existe dificuldade no diálogo da equipe de saúde mental com os serviços da rede de saúde. O uso de tecnologias simples, priorizando recursos humanos e teóricos, terapias alternativas e Redução de Danos motivam os profissionais que atuam num contexto de poucas possibilidades materiais e intensa burocracia.





Palavras-chave


Substancia Psicoativa; Dependencia Química; Atenção Básica

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.