Educar para prevenir: prevenção de gravidez na adolescência em município do Amazonas

Resumo

Introdução: A gestação na adolescência é considerada um problema de saúde pública desde a década de 70 e desde então, esse índice permanece alto. Este estudo refere-se ao período que trabalhei na ESF na cidade da Carauari, no Amazonas, no ano de 2010, e elaborei o projeto de Prevenção de Gestação de Adolescentes, atuando na escola do território da USF, projetos sociais e vilarejos distantes do município.

Objetivos: Meu cotidiano na USF gerou um questionamento, que surgiu após um atendimento de pré-natal: uma adolescente de 14 anos, grávida do segundo filho, que por pouco não morrera em seu primeiro parto. O que eu poderia fazer para evitar novos casos como esse? A única resposta foi: educar.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A palestra era estruturada da seguinte maneira: durante cerca de 60 minutos, eram abordados: anatomia masculina, anatomia feminina, sexo, fecundação, gestação, métodos contraceptivos. Havia uma dinâmica sobre colocação da camisinha, e por fim um questionário, no qual por meio de um “bate papo” os adolescentes respondiam perguntas sobre sua visão de futuro, e sobre como uma gestação mudaria sua vida, ou se interromperia seus sonhos. E neste momento era realizada a conscientização da importância do planejamento familiar do adolescente. No fim da conversa, abria-se um espaço para esclarecimento de dúvidas e distribuição de camisinhas masculinas.

Resultados: Foram realizadas palestras em todas as turmas a partir da 5 a série da escola da área de abrangência da UBS da qual era responsável e em dois importantes projetos sociais do município, atingindo uma parcela importante de adolescentes da região. A experiência foi tão exitosa, que fui convidada a levar o grupo a dois pequenos vilarejos muito distantes e carentes de informação, Pupuaí e Novo Horizonte, e pude navegar pelo sinuoso Rio Juruá, onde conheci, durante o caminho, a beleza da fauna e flora da região.

Conclusão ou Hipóteses: O Projeto foi uma verdadeira troca de saberes e experiências, contribuindo para disseminação de conhecimento, e colaborando para o empoderamento do jovem, especialmente da jovem, para que, com informação, possa definir o melhor momento de constituir sua família e, de minha parte, pude cumprir com um dos papéis mais importantes do profissional da ESF: a educação em saúde.