Prática dos acadêmicos de medicina no CAPS-AD: relato de experiência

Djacir Gurgel de Figueiredo Neto, Luíza Jorgiana Riotinto Bezerra, Rogério Pinheiro da Costa, Tania de Araujo Barboza

Resumo


Introdução: A prevalência dos transtornos mentais relacionados ao abuso de substâncias psicoativas é crescente no Brasil. O CAPS AD veio como organizador da rede de cuidados ao paciente dependente químico. A inserção do estudante de medicina neste espaço leva maior segurança na abordagem desses pacientes e seu correto encaminhamento, possibilitando assim a futura melhora no atendimento de tais pacientes.

Objetivos: Descrever a experiência de estudantes de medicina inseridos no CAPS AD, na abordagem de pacientes usuários de drogas psicoativas, as bases do tratamento do mesmo e a importância da interdisciplinaridade.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Os alunos, ao longo do sétimo semestre de medicina da UNIFOR frequentam o CAPS AD da regional VI de Fortaleza, CE em grupos de 5 alunos, 4h/semana durante 4 semanas, acompanhados de um professor especializado em psiquiatria. Durante a primeira visita, recebemos orientação de como abordar o paciente e não julgá-lo pelos motivos que o levaram ao uso/abuso de qualquer substância. Nas semanas seguintes, as visitas seguem o formato de um seminário na primeira hora e atendimento aos pacientes no resto do período. Nestes seminários são discutidos temas relevantes no local como a epidemiologia do uso de substancias no Brasil e síndrome de abstinência e outros.

Resultados: Percebemos que o CAPS AD procura trazer conforto aos seus clientes através de um local agradável e receptivo. No primeiro contato que tivemos com pacientes portadores de transtorno mental, sentimos um certo receio e insegurança por não saber conduzir a entrevista e pela falta da prática diagnóstica, pois a associação com outros transtornos é elevada. Ao longo das práticas nossa autoconfiança aumentou e a entrevista tornou-se mais fluida. É notável a responsabilidade da instituição em estimular a participação em grupos de apoio. Na consulta relatavam que era o que mais os ajudavam pois não sentiam-se sozinhos e também pela motivação que recebiam para largar a dependência.

Conclusão ou Hipóteses: É importante que alunos de medicina passem por instituições que tratam pacientes com transtornos mentais, pois o primeiro passo para um bom atendimento é a capacitação e, sendo a insegurança um dos principais obstáculos na abordagem, é essencial o contato direto para percebermos que são pacientes como quaisquer outros e que, com a terapêutica correta, superarão sua doença e progredirão em suas vidas.


Palavras-chave


Formação acadêmica; Transtorno mental; Drogas Psicoativas

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.