Liga de educação em saúde: discussão da educação popular no ensino médico

Mayara Floss, Luan Menezes Dantas, Clarissa Resende Côrrea, Tarso Pereira Teixeira, Arnildo Dutra de Miranda Junior

Resumo


Introdução: No ano de 2010 acadêmicos de medicina da Universidade Federal de Rio Grande (FURG), fundaram a Liga de Educação em Saúde (LES). Acreditando que as atuações distantes dos sujeitos sociais, desvinculados da realidade local tornam-se pouco eficazes, a LES procura ações junto com a comunidade com a Educação Popular (EP) como possibilidade de experimentar a interação entre os saberes existentes.

Objetivos: Este trabalho teve como objetivo observar os depoimentos dos extensionistas da LES sobre a influência desta atividade nos seus aprendizados enquanto futuros profissionais médicos e enquanto pessoas e cidadãos.

Metodologia ou Descrição da Experiência: As atividades da LES ocorrem com a participação voluntária de 20 acadêmicos de medicina da FURG coordenados por um professor. Durante os três anos de existência da LES foi trabalhado com alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) do Centro de Atenção Integral á Criança (CAIC-FURG), bem como no ano de 2011 adolescentes do CAIC-FURG, Grupo de idosos da Unidade Básica da Castelo Branco durante o ano de 2011 e a partir de 2012 com os idosos no Asylo dos Pobres. Os acadêmicos tem reuniões semanais para discutir temas em EP e Comunicação em Saúde e as ações que serão desenvolvidas nos locais. Para a realização deste resumo foi utilizado o relato dos extensionistas.

Resultados: As atividades da LES provocaram mudança de paradigma: “Sinto que falta a habilidade e sensibilidade necessária para o médico abordar o paciente de forma que contemple a sua cultura e saberes construindo o seu tratamento de forma conjunta”. Verificou-se também uma insatisfação com o modelo pedagógico utilizado no curso de graduação: “A sensação é que a faculdade pensa que os alunos são caixas e que eles vão depositando dentro de nós o conhecimento. E servimos para armazenar e depois executar este conhecimento”. A reflexão sobre o formação médica: “Acredito que a LES transformou não só minha formação médica, mas me ensinou que educação não é ensinar um pensamento, mas sim ensinar a pensar”.

Conclusão ou Hipóteses: A partir das discussões e atividades de extensão percebeu-se a carência em equilibrar os diversos saberes existentes. Nesse sentido, provocando uma construção conjunta do conhecimento que envolva alunos, professores e comunidade. Por esta razão, torna-se imprescindível a discussão da EP em Saúde e a aplicação dela no contexto da educação médica.


Palavras-chave


Educação Popular; Formação Médica; Educação em Saúde

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