Qualidade da atenção à DM/HAS numa ESF em Porto Alegre / RS

Edson Marques Costa, Cristina Rolim Neumann, Simone Alves Silveira, Renata Pianezzola, Cynthia Molina

Resumo


Introdução: O diabetes (DM) e a hipertensão (HAS) são fatores de risco cardiovascular modificáveis, cujo tratamento não atinge as metas propostas em 40-50% na HAS e 70-80% na DM. Mesmo na Atenção Primária onde os pacientes são conhecidos, nem sempre há uma regularidade esperada de consultas e nem atingem as metas de controle. Sem sistemas informatizados, não conhecemos a realidade do cuidado.

Objetivos: Para melhorar a qualidade da atenção à HASD/DM foram revisados todos os prontuários de uma Estratégia Saúde da Família (ESF) de Porto Alegre/RS buscando identificar todos os pacientes atendidos, sua regularidade de consulta e o controle da doença.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Acadêmicos do projeto Pet-Saúde revisaram todos os prontuários da unidade, buscando as pessoas que já haviam sido identificadas como portadoras de DM e/ou HAS. Buscaram as seguintes informações: número de pessoas acompanhadas, quais consultaram no último ano, quantas estavam com exames em dia, e com a pressão (PA) menor do que 140/89 mmHg, Hemoglobina glicada (HBA1C) menor do que 7% (entre diabéticos), os medicamentos utilizados e a presença de complicações crônicas e fatores de risco modificáveis (FRM). Além disto, verificamos a conduta clínica frente a parâmetros inadequados de PA nas consultas (inércia clínica). Os resultados foram descritos em proporções e médias conforme as variáveis.

Resultados: Revisados os prontuários de 1326 famílias, identificou-se 485 casos de HAS e/ou DM. Destes, 154 (31,8%) e 380 (78,4%) não realizaram consultas médicas e de enfermagem, respectivamente, e, 421 (86,8%) não realizaram exames no último ano. Entre os pacientes a PA média sistólica foi de 136,2 + 21,7, e diastólica de 84,7 + 12,6, mas encontramos 45,2% de PA não controlada. Entre os 165 diabéticos, apenas 32 (19,4%) tiveram HBA1c medida no último ano, e destes 50% estão acima de 7%. Os antihipertensivos mais usados foram diuréticos (56,6%) e inibidores da ECA (19,0%). Entre os FRM encontramos obesidade em 127 (26,2%) e tabagismo em 112 (23,1%). A inércia clínica frente a PA elevada foi de 74,9%.

Conclusão ou Hipóteses: Nesta unidade é necessário motivar os pacientes à consulta e à coleta de exames, bem como treinar os profissionais no manejo da HAS e DM e seus fatores de risco.

 


Palavras-chave


Qualidade; Diabetes; Hipertensão

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