Estudo sobre rastreamento do câncer colo uterino na UBS Jardim São Jorge

José Benedito Ramos Valladão Júnior, Layla Ibraim Silva Darwiche, Henrique Ramos Grigio, Maria Clara Silva Rocha, Viviane Silva Freitas

Resumo


Introdução: O câncer de colo do útero tem grande importância no Brasil e no mundo dado às altas taxas de mortalidade. Em 1998 o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Combate ao Câncer de Colo do Útero que, atualmente coordenado pelo INCA, estabeleceu o rastreamento pela colpocitologia oncótica (CCO) como prioridade na política de saúde municipal e estadual no controle do CA de colo uterino.

Objetivos: Avaliar a cobertura do rastreamento de CA de colo uterino através da CCO em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com Estratégia Saúde da Família (ESF), a periodicidade da sua realização, qualidade da coleta, frequência das alterações cérvico-uterinas e efetividade da resposta às alterações.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Realizou-se estudo observacional descritivo por meio da análise do livro de registro das CCOs realizadas na UBS Jd. São Jorge, localizada na zona oeste da cidade de São Paulo, no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012. Com a obtenção de tais dados foram determinados: cobertura de rastreamento, qualidade do material enviado para análise, frequência das alterações cérvico-uterinas, bem como a relação desses dados com a faixa etária. Em seguida, foram levantados e analisados os prontuários das pacientes que apresentaram alterações no exame, possibilitando avaliar a linha de cuidado disparada a partir do rastreamento positivo.

Resultados: De 2010 a 2012 foram 5020 exames. 40,8% das mulheres realizaram mais de 1 vez e a cobertura foi de 31,41%. O material de 1418 (28,24%) coletas foi inadequado. Encontrou-se 243 (4,9%) alterações cérvico-uterinas: ASCUS (100/1,99%), ASC-H (44/0,88%), AGUS-H (11/0,22%), LIE baixo grau (66/1,31%) e LIE alto grau (23/0,46%), percentualmente maiores abaixo dos 25 anos (6,95%) do que nas demais (4,74% 25-59a, 1,5% mais 60a). Avaliou-se o prontuário de 165 exames alterados e obteve-se conduta adequada em 102 (61,81%), em 23 (13,93%) foi solicitada colposcopia sendo a repetição da CCO o indicado, em 8 (4,84%) o contrário e em 32 casos nenhuma conduta foi realizada (19,39%).

Conclusão ou Hipóteses: A baixa cobertura, o alto índice de amostras inadequadas e o seguimento indevido das alterações demandam a rediscussão do tema com toda equipe da ESF. A partir da análise, objetiva-se redefinir os processos e as práticas de saúde adotadas, determinando ações preventivas de maior impacto e de melhor resultado com a finalidade de se alcançar maior abrangência e eficácia do programa de rastreamento.

Palavras-chave


Colpocitologia Oncótica; Rastreamento de Câncer de Colo do Útero; Estratégia Saúde da Família

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