Prevenção de câncer de colo uterino em comunidades ribeirinhas do Pará, Brasil

Tania Maria Gomes de Oliveira, Ildson Rosemberg Alves de Souza, Josinaide Quaresma Trindade, Benedito Antônio Pinheiro dos Prazeres, Marly de Fátima Carvalho de Melo

Resumo


Introdução: Dentre as doenças causadas por infecções sexualmente transmissíveis (IST), destaca-se o câncer de colo do útero (CCU) que apresenta a maior incidência nas mulheres do Estado do Pará, sem considerar os tumores da pele não melanoma. É importante trabalhar a prevenção de CCU em comunidades ribeirinhas devido à característica isolada dessas comunidades e à frequência das mesmas na região.

Objetivos: O Programa Luz na Amazônia agrega voluntários em parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA) com a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), com o objetivo da prevenção primária e secundária de doenças, incluindo o câncer cervical.

Metodologia ou Descrição da Experiência: No período de março de 2011 a abril de 2012 foram realizadas viagens mensais em comunidades ribeirinhas, onde foram desenvolvidas ações educativas e o estímulo da realização do exame de Papanicolaou (PCCU) por mulheres sexualmente ativas que nunca o tinham realizado ou que o tinham realizado há mais de um ano. Os exames foram entregues em consultas com médicos voluntários do programa.

Resultados: Foram realizados 65 exames de PCCU em mulheres de 15 a 80 anos, onde 82% (n = 53) tinham relacionamento estável, 88% (n = 58) não usam camisinha, 95% (n = 63) não usam anticoncepcionais orais, 74% (n = 49) não são fumantes e 32% (n = 21) realizaram o exame PCCU pela primeira vez. O início da vida sexual variou de 12 a 36 anos, com média de 16,5 anos. O número de parceiros sexuais variou de um a 10, com média de 2,3 e o número de filhos variou de um a 11, com média de 4,3. O exame de Papanicolaou classificou 61% (n = 40) dos esfregaços como inflamatórios, além de 7,7% (n = 5) contendo células escamosas alteradas, destacando-se um caso sugestivo de lesão intraepitelial de alto grau (HSIL).

Conclusão ou Hipóteses: As mulheres ribeirinhas apresentam características de proteção contra CCU, como a relação conjugal estável, a baixa frequência no uso de métodos contraceptivos e de cigarro, além de baixo número médio de parceiros sexuais. No entanto, a deficiente cobertura do PCCU, associada ao início precoce da atividade sexual e ao elevado número médio de filhos podem atuar como fatores de risco.


Palavras-chave


Câncer de Colo de Útero; Prevenção; Comunidades Ribeirinhas

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.