O adolescente e a Estratégia Saúde da Família: como iniciar um elo

Eduarda Costa Alves, Carolina Gomes Sá

Resumo


Introdução: Adolescência: mudanças físicas, cognitivas, psicológicas e sociais; autonomia, novas práticas e, conseqüentemente, novas situações de risco à saúde. No Brasil, adolescentes e jovens são 30,33% da população (IBGE, 2010). O aumento significativo soma-se aos problemas sociais e focam a atenção a este grupo. Estudos nessa área são necessários para sugerir possíveis ações da Atenção Primária à Saúde.

Objetivos: Conhecer, a partir de um projeto aplicativo do Internato de Medicina, a realidade e a situação de saúde de adolescentes de duas microáreas em um bairro em Petrolina (PE); identificar possíveis fatores de risco; reafirmar o vínculo entre a Unidade de Saúde da Família (USF) e a população descrita.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo quantitativo, descritivo, transversal, com adolescentes de 15 a 19 anos, moradores de duas microáreas (escolha aleatória) cobertas na Área III da Estratégia Saúde da Família (ESF), do bairro José e Maria. Na ocasião do estudo, a USF não realizava abordagens específicas a este público.

Entre Julho e Agosto/2012, em visitas domiciliares aos adolescentes, aplicou-se um questionário individual: questões objetivas (baseado na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2009), investigando-se dados gerais e específicos da situação de saúde desta população. Com adolescentes menores de 18 anos, realizou-se a entrevista após autorização dos responsáveis.

Resultados: Entrevistou-se 23,4% (45/192) dos adolescentes da área: 66,7%, sexo feminino e 33,3%, masculino; 44,5% tinham 15 ou 16 anos; 51,1%, 26,7%, 17,8%, 4,4%, declararam-se pardos, brancos, pretos ou amarelos, respectivamente. 100% eram alfabetizados, 66,7% estudantes. Sobre hábitos, 68,9% não possuíam alimentação saudável, 64,4% eram sedentários e 77,8% usavam mais de 2 horas/dia só para televisão. 77,8% e 20% utilizam álcool e tabaco, respectivamente; 100% negaram uso de outros tipos de drogas. 4,4% envolveram-se em briga com armas nos últimos 30 dias. Sobre saúde sexual, 88,9% receberam educação sexual na escola, 51,1% já iniciaram vida sexual, 78,2% destes usaram preservativo na última relação.

Conclusão ou Hipóteses: A assistência integral pode reverter essa vulnerabilidade aos agravos de saúde identificados no estudo e a qual o adolescente expõe-se. Conhecê-lo em seu contexto é parte imprescindível para a ESF repensar e delinear ações específicas para esse grupo, ultrapassando, inclusive, as barreiras da peculiaridade comportamental dos adolescentes e da disponibilidade e capacitação profissional na rede.

 



Palavras-chave


Adolescência; Jovens na Atenção Primária à Saúde; Estratégias com a Juventude

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