A experiência da implantação da caderneta de saúde do adolescente no Pará

Resumo

Introdução: Nas Diretrizes Nacionais de Saúde do Adolescente e Jovem, a Caderneta de Saúde do Adolescente (CSA) é um instrumento de apoio aos profissionais de saúde e de educação para monitoramento e registro do estado de saúde de usuários do SUS na faixa etária de 10 a 16 anos, constituindo-se em uma das linhas do Pacto Mais Juventude na Saúde. Esta estratégia vem sendo implantada no Pará desde 2010.

Objetivos: Relatar a experiência dos técnicos da Coordenação Estadual de Saúde do Adolescente e Jovem do Pará (CESAJ), no processo de implantação da CSA nos municípios do estado.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Este estudo foi realizado por meio de pesquisa documental e bibliográfica tendo como fonte de dados relatórios técnicos, atas de reuniões, fichas de avaliação, listas de frequência e outros documentos oficiais. Foram analisados os relatórios técnicos das oficinas realizadas, no período de 2010 a 2012. A implantação da CSA é realizada por meio de oficinas de trabalho segundo a metodologia problematizadora, fortalecendo a intersetorialidade através da participação de profissionais de saúde, educação e controle social. O processo inicia-se pelo contato com o Centro Regional de Saúde para planejamento e organização da oficina, cuja realização culmina com a elaboração do Plano de Ação Municipal.

Resultados: No período de 2010 a 2012 foram realizadas 21 oficinas, abrangendo 44,3% dos municípios paraenses, isto é 62 municípios, nos quais foram distribuídas 465.000 CSA, no período de 2010 a 2012. Dos 556 profissionais capacitados, 49,64% foram da saúde, 32,91% da educação e 17,44% do controle social. Atingiu-se um incremento de 165% no total de profissionais capacitados de 2010 para 2011. Em 2012 a principal estratégia utilizada foi o monitoramento e avaliação, cujo incremento foi de 525% no total de municípios acompanhados de 2011 para 2012.

Conclusão ou Hipóteses: Os resultados apontam a necessidade de promover educação continuada dos profissionais de saúde, educação, assistência social e comunidade escolar que integram a rede de atenção dos municípios. Com o propósito de fortalecer a integralidade das ações de saúde voltadas aos adolescentes, sugere-se a reorientação dos serviços com base nas necessidades e singularidades desta população.