Aprimoramento da comunicação entre ACS e usuários: “mitos e verdades” sobre DST

Victor Van Vaisberg, Victor Morale, Victor Arrais de Araújo, Rodrigo Nicida Garcia

Resumo


Introdução: Estudantes do primeiro ano de graduação em Medicina, que realizaram atividades práticas curriculares junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim D‘Abril entre março e novembro de 2012, notaram problemas de comunicação entre profissionais e usuários de saúde. Após convite para elaboração e execução de intervenção que colaborasse com o serviço, um grupo de acadêmicos propôs trabalhar este tema.

Objetivos: O trabalho propôs-se a oferecer recursos para a melhoria da comunicação entre a UBS e a comunidade atendida, com enfoque na forma dos trabalhadores comunicarem-se com a população a respeito das Doenças Sexualmente Transmitidas (DST) – tema aparentemente prioritário e de interesse dos envolvidos.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A partir de entrevistas às equipes de Estratégia Saúde da Família e da elaboração de uma árvore explicativa, decidiu-se fornecer subsídios específicos à abordagem dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), pela característica de disponibilidade à população e de aproximação dos valores culturais locais destes profissionais. Após questionários aplicados aos ACS terem validado o tema “DST” como prioritário e servir como pré-teste orientador, foram planejadas oficinas com grupos de ACS que, através de casos fictícios, focaram nos mitos populares acerca das DST, nas estratégias de comunicação possíveis e nos aspectos éticos do trabalho em saúde, além de esclarecimentos técnicos acerca de DST.

Resultados: Através de relatos, os ACS referiram significativa melhora no seu conhecimento sobre o tema e na sua capacidade de se expressar sobre ele a partir da introjeção de informações técnicas ao conhecimento popular com o qual convivem. Quantitativamente, aferiu-se somente o ganho de conhecimento teórico dos ACS sobre as DST, através de pós-teste individual aplicado depois de duas semanas das oficinas – que demonstrou somente 5% de novas informações adquiridas, sobre HIV/AIDS. Além disto, os estudantes envolvidos no processo avaliaram o convite à intervenção como uma excelente estratégia para a aproximação com a Estratégia Saúde da Família, que colaborou com seu aprendizado.

Conclusão ou Hipóteses: A estratégia foi satisfatória para os ACS, que sentiram-se mais seguros para conversar sobre DST com usuários de saúde, e para os estudantes, que se envolveram ativamente com a UBS. O pequeno ganho de conhecimentos teóricos dos ACS aferido não invalida a intervenção, pois o instrumento aplicado não explorou aspectos importantes abordados nos encontros, como abordagem e ética profissional.


Palavras-chave


Comunicação em Saúde; Doença Sexualmente Transmissível; Agente Comunitário de Saúde

Texto completo:

PDF/A

Apontamentos

  • Não há apontamentos.