Indígenas do Xingu: prevalência de cárie dentária aos 5 anos em 2012

Resumo

Introdução: As alterações nos hábitos alimentares das populações indígenas, nos últimos anos, propiciaram o aumento de doenças, como a cárie dentária. Estudos recentes com crianças indígenas revelaram altos índices de cárie na dentição decídua. Esta informação é um importante instrumento para avaliar o acesso aos serviços odontológicos, tanto preventivos quanto curativos.

Objetivos: O objetivo deste trabalho foi descrever a experiência de cárie na dentição decídua (índice ceo-d) nas crianças de 5 anos do Baixo, Médio e Leste Xingu e comparar com os achados na população brasileira (SB Brasil 2010).

Metodologia ou Descrição da Experiência: Foi realizado um estudo descritivo com 86 crianças de 5 anos de idade, através da análise de dados secundários do Sistema de Informação do Distrito Sanitário Especial Indígena do Xingu. Como instrumento de pesquisa, foi utilizado a “Ficha 4 Odontológica Individual”, preconizada pelas “Diretrizes para a Atenção à Saúde Bucal nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas”(BRASIL, 2009) no ano de 2012. Os dados obtidos foram comparados com o quarto levantamento epidemiológico nacional de Saúde Bucal, intitulado SB Brasil 2010 – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Para mensurar as condições de saúde bucal infantil, utilizou-se o índice ceo-d, seguindo os critérios da OMS (WHO, 1997).

Resultados: Como resultado, o índice ceo-d aos 5 anos na população estudada foi de 5,92, em 2012, enquanto que no Brasil esta média foi de 2,43, em 2010. Obteve-se 10,25% das crianças de 5 anos livres de cárie no Xingu, comparado à 46,6% no Brasil. O componente cariado correspondeu a 80% do ceo-d, semelhante aos resultados no Brasil.

Conclusão ou Hipóteses: A população indígena deste estudo, apresenta alta prevalência de cárie comparados com os índices encontrados no Brasil. Estes resultados são importantes para direcionar os serviços de Atenção Primária à Saúde prestados a estas comunidades, através da promoção, prevenção e assistência à saúde bucal, considerando a complexidade da questão sociocultural dos povos indígenas.