Neuropatia diabética em pacientes insulino-dependentes no município de Água Doce, Santa Catarina

Denis Conci Braga, Silvia Monica Bortolini Braga, Andrei Gabriel de Melo, Ana Eduvirges Carneiro de Oliveira, Talis Haas

Resumo


Introdução: Uma das mais importantes complicações crônicas do diabetes mellitus é o pé diabético. Pode ser definido como infecção, ulceração e ou destruição dos tecidos profundos associadas a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica nos membros inferiores. Muitos fatores de risco para ulceração ou até mesmo amputação podem ser descobertos com o exame cuidadoso dos pés.

Objetivos: Diagnosticar a presença de neuropatia em pacientes com diabetes mellitus participantes do grupo insulino-dependentes no município de Água Doce, situado no meio-oeste de Santa Catarina. Correlacionar com a história clínica e evolução do diabetes através dos níveis de hemoglobina glicosilada.

Metodologia ou Descrição da Experiência: No mês de junho de 2012, durante reunião do grupo insulino-dependentes foi realizada uma palestra sobre cuidados dos pés, seguida de uma entrevista individual que incluía perguntas sobre a história clínica (tempo de evolução da doença, comprometimento neurológico e oftalmológico), bem como foi verificado o uso de calçados adequados. Ainda, o médico da família realizou testes para o diagnóstico da polineuropatia: sensação vibratória com diapasão de 128 Hz; sensação dolorosa, sensibilidade térmica; sensação profunda com martelo (reflexo do tendão de Aquiles), teste do monofilamento (Semmes-Weinstein 10g). Por fim, foi solicitado a dosagem da hemoglobina glicosilada (HbA1c).

Resultados: Foram analisados 20 pacientes. Cerca de 45% (n=9) encontravam-se entre a sexta e sétima década de vida. Apenas 25% (n=5) apresentavam HbA1c abaixo de 7,0%. O tempo de doença foi de até 20 anos em 60% dos casos (n=12). Os homens representaram 61,9% (n=13) da amostra. A maioria usava calçados adequados (n=18). A presença de alteração ao teste do monofilamento foi vista em 70% dos pacientes (n=14). Nestes, observou-se níveis de hemoglobina glicosilada maior que 10% em 6 casos (42%). O lado direito foi mais comprometido (n=6), seguido do acometimento bilateral (n=5). Apenas seis pacientes tinham alteração na percepção vibratória e dois destes também tinha alteração na percepção térmica.

Conclusão ou Hipóteses: A educação do paciente e familiares é fundamental para aprimorar os cuidados com os pés de pacientes diabéticos. Ainda, equipes multidisciplinares são essenciais para o cuidado integral a esses pacientes. A ESF também atua como fonte de dados que ajudam conhecer a magnitude de problemas crônicos, como o diabetes. Os dados obtidos podem contribuir para o planejamento de ações de saúde e vigilância.

 


Palavras-chave


Pé Diabético; Neuropatias Diabéticas; Atenção Primária à Saúde

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