Discurso de profissionais de esf sobre violência envolvendo crianças

Maria Balbina Costa e Almeida, Estela Márcia Rondina Scandola, Cassia Barbosa Reis

Resumo


Introdução: As violências que envolvem crianças e adolescentes estão presentes nos territórios e as ESFs tem responsabilidade no seu enfrentamento articulando-se com as políticas públicas. A promoção da saúde e a cultura da paz é uma proposta de enfrentamento das violências e os profissionais da saúde ainda se envolvem pouco visando construir coletivos empoderados e defensores dos direitos das crianças.

Objetivos: Compreender a representação dos profissionais de nível superior, das Equipes da Saúde da Família, sobre a presença de violências envolvendo crianças e adolescentes, na cidade de Coxim – MS.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A pesquisa qualitativa teve como sujeitos 16 profissionais das categorias de médicos, enfermeiros e dentistas que atuam na Estratégia Saúde da Família em seis unidades de saúde, no município de Coxim-MS. As entrevistas ocorreram em oito encontros nos locais de trabalho, tendo a coleta de dados ocorrida por meio de um instrumento contendo questões geradoras. A organização dos dados foi utilizada a técnica do Discurso do sujeito coletivo – DSC, buscando os eixos centrais e as ideias-chaves e, em torno destas construiu-se os discursos-sínteses, sendo a análise realizada procurando compreender os discursos dos profissionais. A pesquisa foi aprovada pelo CEP/UFMS sob o número 1319.

Resultados: Há reconhecimento da existência de situações de violências no território da Equipe da Saúde da Família expressa em duas ideias centrais: Existem casos de violências no território coberto pela ESF e Provavelmente existem casos. Sobre a origem da demanda de atenção, identificou-se que Crianças, famílias, comunidade e rede de garantia de direitos demandam atendimento à ESF. Os profissionais entrevistados são aqueles que saem pouco das UBSF e expressam a existência da violência no território seja porque os casos chegaram à Unidade ou porque ouviram falar pelos demais trabalhadores. As ESFs relacionam-se com a rede de garantia de direitos numa atuação receptora e encaminhadora das situações.

Conclusão ou Hipóteses: As violências sociais, institucional e estrutural não são tratadas no âmbito do SUS, sendo aquelas psicológicas invisíveis e as sexuais de difícil trato pelos profissionais. Os profissionais de nível superior mantem-se como receptores de demandas de atendimento não tendo atuação propositiva e interventora na comunidade, bem como referem-se à violência com conceitos de senso comum.




Palavras-chave


Violência; Criança e Adolescente; Equipe de Saúde da Famíia.

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