Experiência de educação em saúde para jovens em uma comunidade do Recife - PE

Mariana Navarro Tavares de Melo, Ana Beatriz Rigueira de Assis, Jarbas de Goes Nunes, Francesco Sintoni

Resumo


Introdução: O programa de residência com enfoque na Estratégia Saúde da Família foi o pontapé inicial deste trabalho, realizado na Ilha de Santa Terezinha, no Recife/PE. Um dos caminhos apostados foi o fortalecimento de formas comunitárias e tradicionais de cuidado, vinculadas à mobilização política dos jovens participantes do Centro Juvenil da Ilha, na luta por melhores condições de vida e de saúde.

Objetivos: Analisar uma experiência de educação popular com um grupo de jovens da Ilha de Santa Terezinha, sob um olhar compreensivo, baseado na hermenêutica heideggeriana proposta por Ayres.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo pesquisa-ação. Foram realizadas 4 oficinas temáticas e um último encontro para avaliação do processo. Os temas escolhidos foram: saúde, meio ambiente, violência e família. A pesquisa foi realizada com 15 jovens, com idades variando entre 13 e 26 anos. Para análise do trabalho, escolhemos a avaliação formativa baseada na hermenêutica filosófica e aplicada à pesquisa-ação, a partir das categorias de análises propostas por Ayres, para uma análise compreensiva dos processos de cuidado, onde seu argumento central baseia-se no fato de que a avaliação deve focar-se no significado formativo das práticas de saúde, para além das suas finalidades técnicas.

Resultados: Os relatos dos jovens mostraram que um dos principais resultados das oficinas foi provocar a busca por um mundo resistente aos mecanismos opressores do mundo atual. Percebe-se uma clara necessidade de quebra do paradigma cartesiano nas abordagens em saúde, especialmente com o público jovem. Um desafio grande para os autores foi vencer um dos princípios destacados por Ayres, o da não-causalidade das práticas de saúde, em decorrência da formação cartesiana do profissional de saúde, que, trabalhando com a proposta da educação popular, se depara com a necessidade de um cuidado plástico, visto que as relações entre meios e fins não estão dadas, ou seja, não são pré-determinadas.

Conclusão ou Hipóteses: Os achados deste estudo apontam que não existe uma receita pronta para se trabalhar educação em saúde. Há, no entanto, que se permitir lidar principalmente com alteridades que vão além das impressões anteriormente dadas. Os autores defendem que experiências como a aqui apresentada sejam incentivadas e desenvolvidas nos serviços de saúde como uma forma efetiva de promoção da saúde.




Palavras-chave


Saúde; Educação Popular; Jovens

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