Rotatividade de médicos na Estratégia Saúde da Família de uma instituição parceira

Fábio André Santos Pampolha, Abel Silva de Meneses

Resumo


Introdução: A implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) no Município de São Paulo trouxe mudanças significativas no perfil de saúde da população, mas, embora o município goze de confortável índice de médicos por mil habitantes (4,3%) em relação ao Estado de São Paulo (2,4%) e Brasil (1,8%), a manutenção do trabalho da ESF ainda tem sofrido com a rotatividade e falta de médicos.

Objetivos: Avaliar o perfil da rotatividade de médicos generalistas na Estratégia Saúde da Família de uma instituição parceira no biênio 2011-2012 quanto ao tempo de permanência na instituição, faixa etária dos médicos, tipo de recisão e motivo da saída do profissional.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo quantitativo realizado em 2011 e 2012, com 96 médicos generalistas desligados da instituição parceira. Em 2011 o índice de rotatividade de médicos foi de 48,9% e em 2012, 60,2%, ao passo que no município de São Paulo, esse índice está em torno de 37,4%. Foi realizado um levantamento no banco de dados do RH da empresa, selecionando informações sobre a categoria médica quanto à faixa etária, tempo de permanência na instituição, tipo de recisão e motivo da saída do profissional. Os dados foram compilados em uma planilha de Excel, e em seguida foi realizada uma avaliação das frequências relativas e absolutas de cada categoria de análise.

Resultados: O estudo revelou que, 27,1% dos médicos têm de 20-29 anos, permanecendo, em média, por 11 meses na instituição; 40,6% têm de 30-39 anos, permanecendo 2,6 anos; 9,4% têm de 40-49 anos, permanecendo 3,3 anos; e 23,0% têm mais de 50 anos, permanecendo 4,4 anos. A idade média foi de 38 anos. O menor e maior tempo de permanência de médicos na instituição foi respectivamente três dias e 10,7 anos. Quanto ao tipo de recisão, 71,9% solicitaram demissão, 22,9% foram dispensados sem justa causa e 4,2% por justa causa. Já em relação ao motivo de saída, 31,3% mudaram para outro emprego na atenção secundária ou terciária, 20,8%, para outro emprego na atenção básica e 8,3% para residência médica.

Conclusão ou Hipóteses: Embora no modelo da ESF o foco da atenção ocorra sobre a família e a comunidade, sendo fortemente valorizado o vínculo entre os profissionais e a população, a rotatividade de médicos vai na contramão deste vínculo, evidenciando a necessidade de políticas de incentivo para a permanência na atenção básica, pois, quanto mais jovem é o médico, menos tempo tem permanecido na atenção básica.

 


Palavras-chave


Rotatividade; Médico Generalista; Estratégia Saúde da Família.

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