Percepção dos presidentes de associações comunitárias acerca da Estratégia Saúde da Família

Heluana Cavalcante Rodrigues, Hiroki Shinkai, Márcia Cristina Lemos dos Santos, Michelle Prudencio Shinkai

Resumo


Introdução: A Estratégia Saúde da Família foi implantada como modelo de reorientação da atenção à saúde, centrando seu foco na saúde do indivíduo e da família. Está baseada nos princípios doutrinários e organizativos do SUS, dentre os quais se destaca a participação popular nas políticas públicas de saúde, representada aqui pelos líderes comunitários, por terem uma tradição participativa e reivindicatória.

Objetivos: Este estudo se propôs a conhecer a percepção dos presidentes das associações comunitárias de Sobral acerca da Estratégia Saúde da Família (ESF).

Metodologia ou Descrição da Experiência: A pesquisa é definida como exploratória-descritiva, com abordagem qualitativa. Foram entrevistados doze presidentes de associações comunitárias da sede de Sobral. A coleta de dados se deu na casa do entrevistado ou no prédio da associação, no mês de abril de 2008, sendo realizada através de um protocolo de entrevista semi-estruturada, que buscou a percepção dos presidentes das associações comunitárias em relação à ESF. Optou-se por trabalhar a entrevista de forma individualizada para preservar a opinião dos entrevistados, sendo confrontadas com a opinião de alguns autores. A análise das falas foi realizada a partir da categorização do discurso dos participantes.

Resultados: Percebeu-se que quando a associação forma uma parceria com a ESF, os resultados alcançados são superiores aos encontrados quando trabalham de forma isolada, pois segundo eles, detêm poder junto ao gestor municipal. No entanto, as discussões para resolver algum problema da comunidade é, ainda, maior com o gestor municipal. Relatam também o aumento do acesso aos profissionais de saúde, medicamentos e exames após a implantação da ESF. Em suas lutas diárias estão a reivindicação de novos postos, mais médicos, bem como o a realização de saneamento básico e a coleta do lixo. Colocam como deficiência a falta de esclarecimentos quando levam alguma demanda para o gestor ou para a equipe do CSF.

Conclusão ou Hipóteses: Descobriu-se que os entrevistados percebem os benefícios advindos com a introdução desse serviço nas comunidades; reivindicam por mais médicos e melhores estruturas para os postos; na maior parte dos entrevistados relatam existir um bom envolvimento com as equipes de saúde do bairro, mas merece uma maior aproximação desses atores sociais nas políticas públicas de saúde.





Palavras-chave


Saúde da Família. Redes Comunitárias. Participação Comunitária.

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