Encontros entre saúde e educação: desafios de um trabalho intersetorial

Camila Cristina Bortolozzo Ximenes de Souza, Eucenir Fredini Rocha, Rodrigo Pinto Brandão

Resumo


Introdução: Com a criação de políticas públicas pró-inclusão escolar, e o aumento do número de crianças com deficiência na rede regular de ensino, o trabalho dos educadores nesse contexto é desafiador. Assim, escolas recorrem aos serviços de Atenção Primária a Saúde, buscando ações clínicas e diagnósticos visando à inclusão. Mas, a construção de novas ações na fronteira saúde-educação faz-se necessária.

Objetivos: Analisar ações de inclusão escolar de usuários da UBS Jardim São Jorge, Região Oeste do Município de São Paulo, em parceria com o NASF e o Laboratório de Estudos em Reabilitação e Tecnologia Assistiva do Curso de Terapia Ocupacional (TO) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O trabalho iniciou-se após um pedido de ajuda da escola para trabalhar com crianças com deficiência do ciclo 1 do ensino fundamental. Realizou-se 8 encontros com os educadores para: entender suas concepções sobre inclusão escolar e deficiência; discutir sobre políticas públicas de saúde e ducação; levantar problemas/necessidades da escola referente á efetivação da inclusão, e possíveis soluções. Devido à dificuldade dos educadores em identificar as potencialidades das crianças, aplicou-se um protocolo de avaliação de habilidades. Esses resultados podem auxiliar os educadores a planejar as atividades, facilitando a participação e o aprendizado.

Resultados: Com os debates e formações com os educadores, foi possível provocar momentos de reflexão que produzissem sentidos para a deficiência e inclusão que se descolassem do senso-comum, embora não se tenha conseguido ainda uma mudança efetiva na forma de agir dos educadores. A avaliação de habilidades possibilitou que as crianças pudessem ser vistas pelos educadores não apenas do lugar na impotência e da não-produtividade, e criou espaços onde as potências de cada um pudessem existir, e suas dificuldades contextualizadas com sua história de vida, família, território, cotidiano e questões de classe social.

Conclusão ou Hipóteses: Ainda há muito o que se fazer para efetivar a inclusão escolar dessas crianças. No entanto, o trabalho intersetorial mostra-se como alternativa potencializadora e facilitadora da inclusão, agregando saberes e qualificando ações da saúde e educação. Tal parceria permite que haja um atendimento mais integral e que se responda às reais necessidades das crianças e suas famílias.


Palavras-chave


Saúde Escolar; Intersetorialidade; Crianças com Deficiência

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