Demandas de saúde no contexto urbano da cidade do Rio de Janeiro

Silvia Regina Nunes Baptista

Resumo


Introdução: Sitiantes tradicionais do município do Rio de Janeiro desenvolvem agricultura de resistência. A tradicionalidade se manifesta também no uso de plantas medicinais e nas narrativas sobre práticas místicas e religiosas para amenizar sintomas de doença. Desde 2006 a FIOCRUZ e a UFRRJ (2012) desenvolvem projeto socioambiental nesse território. Os resultados podem contribuir com a saúde comunitária.

Objetivos: As ações desenvolvidas pelo Projeto Profito têm elementos que dão subsídios às causas ambientais e à promoção da saúde. O objetivo é descrever a mobilização para saúde comunitária a partir da convergência de temas geradores nas redes e articulações que vinculam esse território a questões globais.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Processo de formação desenvolvido no Maciço da Pedra Branca implicou em diagnóstico rápido participativo e fase de capacitação em rede. A fase inicial mobilizou três núcleos de agricultores. A capacitação uniu o desenvolvimento de competências técnicas ao relacionamento em redes de acesso a políticas públicas. Estimulou o intercâmbio, visitas e participação em fóruns, conselhos e conferências de segurança alimentar e de saúde.

O projeto político pedagógico foi consolidado em um seminário paritário. Promoveu ações que vinculassem os agricultores ao programa de fitoterapia local durante as duas fases finalizadas. A formação tem continuidade em reuniões periódicas de gestão participativa.

Resultados: O êxito da estratégia de comunicação em rede utilizada no Projeto Profito tem conferido ao território acesso a políticas de agricultura e segurança alimentar. Há melhores condições para manutenção da paisagem cultural da Pedra Branca e uma mobilização crescente liderada pelos agricultores e sua rede comunitária. O vínculo com a Articulação Metropolitana de Agroecologia (AARJ) permitiu evidenciarem sua demanda por acesso à saúde. A carta política da AARJ defende para os territórios agroecológicos a “Implementação da Estratégia Saúde da Família nas áreas rurais, de uma forma articulada com conhecimentos e práticas alternativas locais, como a produção e o uso das plantas medicinais”.

Conclusão ou Hipóteses: Competências locais dependem de redes com um grau de polifonia em sua constituição. O estímulo a formação de um grupo multitemático e não especializado foi base para o desenvolvimento coletivo atual. Ampliar a segurança alimentar é um início de acesso a outras políticas públicas. Timidamente se constitui uma convergência maior capaz de iluminar o futuro da promoção da saúde nesse território.






Palavras-chave


Saúde Rural; Tradicionalidade; Plantas Medicinais.

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